No último dia 18 de setembro, o jornalista e escritor Vinícius Bogéa lançou seu sétimo livro, intitulado O Guardião da Liberdade – Vida e Obra de Ribamar Bogéa. A obra foi inspirada na trajetória do avô do autor, que fundou o Jornal Pequeno no ano de 1951.
A noite de lançamento ocorreu na Galeria Trapiche, no Centro Histórico de São Luís, e contou com a presença da classe intelectual do estado, políticos, familiares e muitos amigos do autor.
José Ribamar Bogéa nasceu no dia 18 de setembro de 1921. Nesta quarta-feira, ele faria 103 anos, que serão comemorados em dois planos, com a parte terrena reservada para apresentar ao Maranhão um livro baseado na saga do fundador do Jornal Pequeno.
Escrito com fortes traços afetivos, “O Guardião da Liberdade” surgiu pelas letras do escritor Vinícius Bogéa, neto do jornalista Ribamar Bogéa, que terá todos os passos narrados em forma de um romance. Uma história que teve início na Rua do Coqueiro, e percorreu longo caminho até a realização de um sonho.
Vinícius Bogéa ressalta que a trajetória de avô foi marcada, sobretudo, pela coragem que o movia: “Tentaram silenciá-lo de todas as formas. As verdades que machucavam, naquela época, eram contestadas com opressão e violência. Mas, meu avô nunca se rendeu; quando quebraram tudo, ele foi lá e escreveu tudo de novo. Quando o ameaçaram e o agrediram, ele revidou com o jornal nas bancas no dia seguinte, e quando tentaram matá-lo, ele tomou a faca e teve piedade do agressor. A mensagem era clara, e tiveram que entender à força, porque ‘Zé Pequeno’ nunca iria se render”, declara o autor.
Para Vinícius, a tarefa de condensar toda a odisseia do avô em um livro foi uma tarefa complexa, mas relata o prazer em mergulhar fundo no passado e trazer para o presente uma história de resistência e heroísmo.
“Seria impossível levar tudo que meu avô viveu para um livro. Isso me deixou por muito tempo bastante pensativo, porque o receio de esquecer algum fato relevante me incomodava. Mas resolvi focar no que realmente fazia sentido, que era mostrar a sua paixão pelo jornalismo, pela música e pela família. Eu o conheci bem, e sei o quanto tudo isso significava para ele. Em meio a todo o contexto histórico, revoluções, lutas políticas, transições jornalísticas e fatos marcantes, procurei inserir doses de amor. E é exatamente sobre isso que o livro trata: amor”, ressalta o escritor.
O caminhar macio, mãos nos bolsos e boina na cabeça podiam ser reconhecidos até mesmo no escuro. Ribamar Bogéa tinha uma marca, deixou um legado, conservou um sonho e o realizou. A trajetória do “Guardião da Liberdade” poderá ser conhecida nos mínimos detalhes na noite desta quarta-feira, 18, a partir das 18h, na Galeria Trapiche, localizada na Praça Dom Pedro II, Centro Histórico de São Luís. Uma obra para deixar a memória de Ribamar Bogéa mais viva do que nunca.